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Depoimento Amazônia e Pantanal
Alta Floresta


por Eduardo Alves

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Como sempre a viagem foi excepcional. Visitar novos biomas que conhecia apenas dos livros e documentários é sempre excitante, a grande biodiversidade de nosso país sempre impressiona, é difícil não fazer comparações com as muitas outras florestas, pântanos e biomas diversos que já visitei com sua ajuda. Sempre me emociono ao adentrar nestes Parques Nacionais e poder explorar sua exuberante riqueza."

Eduardo Alves

A Amazonia é icônica tanto quanto o Pantanal e sempre me fazem relembrar da grande Expedição que Jacques Cousteau realizou entre 1982 e 1983 por estes biomas, apesar de desde pequeno sempre folear livros e sonhar em visitar a África e diversos lugares do mundo, este documentário foi o grande ponto de mudança em minha vida, o livro de Cousteau foi o primeiro que ganhei de Natal aos 11 anos e representa muito para mim como quando como quando visitei as ilhas Galápagos que havia conhecido através de documentários de Sir David Attenborough e Jacques Cousteu entre outros."

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Bem, vamos aos fatos, após uma breve estada em Cuiabá para aguardar o voo para Alta Floresta, minha nova aventura se iniciou ao desembarcar no Aeroporto, o pessoal do Cristalino me aguardava e logo eu e outros turistas seguimos o caminho rumo ao Lodge, eram aproximadamente 1 hora de carro mais uns 20 minutos de barco. A cidade de Alta Floresta é simpática, mas posso afirmar que o caminho todo devastado por fazendas me chocou um pouco. Para uma pessoa que ama tanto a natureza é muito dolorida tal visão, este Agro da devastação não tem nada de pop, pelo menos para mim, mas voltemos a minha viagem.

Ao se passar a porteira da fazenda onde se inicia as terras do Cristalino, a visão é mágica, uma linda e exuberante floresta equatorial se apresenta diante de nossos olhos cortada por uma estrada de terra que me fazia lembrar daquelas icônicas imagens da Amazônia, sim, agora após vários anos eu estava lá de verdade. Seguimos até chegarmos ao rio Teles Pires (também conhecido como rio São Manuel). Na margem do rio já nos aguardavam para o transfer até o Lodge. A Paisagem é deslumbrante as águas calmas refletiam como um espelho todo o glamour da mata que o rodeava. O Teles Pires é um rio de águas claras e mornas que no encontro das águas com a foz do rio Cristalino de águas mais escuras e frias criam uma beleza inigualável.

Cleber que seria meu guia nestes dias neste paraíso ia me explicando sobre o ambiente enquanto pilotava habilmente o pequeno barco pelas corredeiras. Ao chegar fui recebido calorosamente pelos funcionários que me explicaram todo o funcionamento do Lodge servindo um delicioso suco de cupuaçu com um lanchinho a base de tapioca. Mais tarde me juntei a Robertta que estava no lodge e fomos com Cléber para assistir a um memorável pôr do sol no rio Teles Pires acompanhado de petiscos servidos no barco. Sempre adoro assistir ao nascer e o por sol, o espetáculo de cores alaranjadas e avermelhadas refletindo por todo o céu e nas águas do rio é mágico, para completar, o silencio quebrado apenas pelos muitos pássaros que cantavam, a volta pelo rio Cristalino a noite com o céu salpicado de estrelas é lindo, fiquei impressionado com a destreza de Cleber pilotando o barco naquele breu entre corredeiras e ele ainda nos mostrou alguns animais como o jacaré tinga.

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No outro dia pela manhã, conforme combinado fui me encontrar com Cleber no pear às 5:30 am, peguei a lanterna no quarto e segui pelo caminho que é praticamente uma trilha um pouco mais aberta, eu ia mirando a luz entre o caminho e a floresta e quando ao mirar na mata ouvi um som alto de como se fosse um gato assustado que correu floresta adentro, pela quantidade de folhas que se mexeram não era um animal pequeno, na hora me veio em mente que poderia ser uma Suçuarana ou algum dos gatos menores da mata, parei e lentamente retornei, a pior coisa que você pode fazer é confrontar ou correr, os animais tem mais medo da gente do que a gente deles e atitudes erradas podem ser perigosas, lembro pela África que os animais sempre nos dão sinais e fugir sempre é a primeira opção. Fui onde serviam o café e perguntei se era para encontra-lo no píer mesmo e depois retornei lentamente chegando uns 5 minutos atrasado. Ao conversar com outros guias eles me disseram que realmente poderia ser mesmo uma onça. Era a Floresta me dando boas-vindas. Após a minha pequena aventura, saímos descendo o rio Cristalino até chegar ao Teles Pires, novamente um espetáculo grandioso ao som de muitos pássaros. No retorno mais um boat safari até o Lodge com lindas paisagens e pássaros. Mais tarde fiz uma trilha pela floresta e encontramos muitas aves, algumas raras, bando de macacos e uma vara das temidas queixadas, mas estas eram da paz. Uma coisa que realmente adoro é identificar as plantas em meio aquela aparente confusão da floresta, são tantas espécies e é possível se observar as suas estratégias para vencer a competição pela luz.

À tarde, Robertta foi embora e eu segui fazendo minhas explorações pelo ambiente amazônico com o experiente Cleber. Nos dias seguintes visitei a serra do Cacau, um subsistema da floresta de altitude amazônica, mais seco que as terras alagáveis da margem do rio e com uma linda vista panorâmica do vale com milhões de arvores formando um extenso tapete vivo onde milhares de aves, mamíferos, repteis coabitam. Cleber me auxiliou na busca, avistamento e identificação de vários espécimes, muito interessante a árvore de cacau selvagem que dá nome a serra bem como a beleza cênica das trilhas no retorno ao rio, muitas aves e alguns mamíferos identificados e fotografados, como antas, capivaras e muitas lindas paisagens, algumas delas agraciadas pela beleza dos Ipês que estavam floridos. Durante o almoço, fiquei honrado ao receber o convite do fotografo Edson Endrigo que já publicou diversos livros, ao qual eu havia comprado um sobre as aves do Cristalino, para ir fotografar pássaros em um “pocinho” no meio da floresta, Cleber havia conversado com o Francisco e o Edson me deu esta oportunidade de ir junto com um grupo de americanos que ele guiava. Realmente ele é uma pessoa especial e foi um presente da vida poder conhece-lo, foi uma experiencia única que como falei para ele jamais saberia como retribuir, ainda com uma imensa simpatia me seguiu em meu perfil do Instagram e ofereceu ajuda para quaisquer dúvidas que tivesse. Fiz o meu melhor para aproveitar a oportunidade, mesmo com a grande dificuldade de se manter o mais imóvel possível, utilizando a câmera no manual e sem flash com baixa luminosidade (atenção para quem for fotografar animais, não se deve utilizar flash, isto só assusta os animais, perca a fotografia, mas nunca seja um incomodo, a gente é apenas um observador) mas consegui boas fotos, de muitas espécies que seria impossível de vê-las e fotografa-las normalmente.

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Na manhã seguinte subi em uma torre de observação para assistir ao nascer do sol. Apesar dos infindáveis degraus e seus 50 metros de altura, o esforço é recompensado com uma vista maravilhosa. O Sol nascendo com a neblina com as nuvens de evaporação sobre as árvores e o canto das aves e bugios ecoando sobre a floresta é muito bonito mesmo, como sempre muitas fotos de aves e da paisagem. 

A exploração continuou por muitos outros lugares onde avistei um pequeno cervo na floresta e muitas outras aves. Seguimos várias vezes subindo e descendo o rio encontrando tantas espécies diferentes, uma mais bela que a outra. Eu sempre tento não criar expectativas para não ficar decepcionado, mas eu queria muito ouvir um Cricrió cantando na floresta, mas nunca conseguia, aquele canto pra mim é o símbolo da Amazônia. Se não desse pra ver tudo bem, a gente é apenas um expectador, a floresta é que manda.

A tarde saímos para a trilha da Castanheira e após descermos do barco e iniciarmos a trilha ouvimos uma movimentação na floresta, era um grande bando das perigosas queixadas, a situação ficou tensa, naquela região existe um grupo onde tem existem uns porcos extremamente bravos que atacam as pessoas. Cleber estava desconfiado de serem eles, a movimentação era intensa parecendo que alguns brigavam entre si, como havia uma torre de observação ali perto, Cleber deu a ideia de aguardamos um pouco e depois dar uma corrida para a torre, e caso fosse necessário subir em uma árvore, em caso de ataque deles. Corremos até a torre de observação e ficamos a alguns metros dele que não enxergam bem, são míopes, sorte minha. De cima da torre era possível ver acho que quase uma centena de queixadas algumas com o pelo ouriçado e nervosas devido terem sentido nosso cheiro. Após vários minutos aguardando Cleber conseguiu espantar parte dos animais e seguimos floresta adentro passando por um enorme Angico (provavelmente uns 300 anos ou mais) até chegar na famosa castanheira com a idade estimada em mais de 800 anos. Uma arvore majestosa e linda, a rainha da floresta, quando estava filmando e fotografando ela, os Deuses da floresta me presentearam com um Cricrió que começou a cantar tornando o momento mais mágico, na trilha de retorno ao barco, vi as temidas formigas Tocandira que a dor da sua picada dura umas 24 horas, seu tamanho é de aproximadamente 2 cm. Um pouco mais a frente outro presente da floresta para mim, diversos pássaros Cricrió começaram a cantar e parei para grava-los, a floresta estava me presenteando com a mais linda sinfonia que jamais irei esquecer, era o fechamento perfeito para minha primeira incursão pela Amazonia.

Cleber que me guiou disse uma coisa que achei muito legal, “Normalmente as pessoas vem aqui e são desesperadas para ver as coisas, você chegou aqui e quando via uma paisagem que achava bonita, tirava foto, tudo que via você gostava, de ouvir os pássaros, das plantas e de repente do nada os animais começavam a aparecer na sua frente, até alguns difíceis de se ver. Nunca vi isto”. Me sinto lisonjeado pelo elogio, apenas sempre tento me conectar ao ambiente e aproveitar tudo que ele me mostra, apenas isto. Obrigado meu amigo.

Todo o Pessoal do Cristalino, sempre foi muito atencioso, desde a Sra. Vitória que foi a responsável pela criação de tão importante área de preservação, com uma visão de preservação que poucos tinham naquela época, foi uma honra poder conhece-la. Fiz vários amigos troquei dicas de livros, conversamos sobre viagens, aprendi muito e espero que também tenha contribuído com algo, fiz a sugestão deles darem palestras sobre a fauna e flora naquela sala de exibições incrível que eles têm. Lá você encontra também uma pequena biblioteca com livros sobre a fauna e flora e jogos com material sustentável desenvolvidos pelo meu amigo Fred que iria conhecer posteriormente nesta mesma viagem.

No outro dia era hora de voltar para Cuiabá para seguir minha viagem, a saída do Cristalino é triste, difícil sair de um paraíso como aquele. Quando a gente passa aquela porteira e vê tudo desmatado é um misto de revolta e tristeza, confesso que fiquei um pouco mal com tudo isto. Aquele tempo me fez refletir enquanto observava todas aquelas pessoas chegando ao aeroporto e seus modos. Prefiro não comentar.

Cheguei em Cuiabá e fui recebido por Juan, que seria meu guia, um pantaneiro alegre, divertido e com muito conhecimento, conversamos muito durante o caminho e pela linda rodovia Transpantaneira parando para observar alguns animais pelo caminho. Ao chegar no Araras Lodge fui calorosamente recebido e após o jantar fiz muita primeira incursão noturna, lá avistei capivaras, jacarés-do-pantanal, um cervo e um raro marsupial.

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No outro dia, me reuni a uma família de espanhóis e começamos a explorar o Araras Lodge. A quantidade de aves e os Ipês rosa deixavam a paisagem ainda mais bela, seguimos pelo caminho até chegarmos a Transpantaneira onde Juan nos explicava sobre as diversas aves e plantas que encontrávamos. Pouco mais a frente entramos em uma trilha que ia cortando a vegetação a qual Juan explicava, pouco mais a frente ele nos deu um alerta para nos afastarmos, uma enorme e temida Jaracuçu do Brejo, cobra não peçonhenta, mas extremamente agressiva da família da Anaconda estava caçando em um tronco oco e assim que percebeu nossa presença saiu inflando a cabeça e agitando a calda extremamente brava, demos espaço pra ela fotografamos e seguimos nossa trilha. Mais à frente, encontramos um casal das ameaçadas araras azuis nidificando. Realmente é um ecossistema muito bonito, o calor sempre em torno de 37 graus nos acompanhava a todo momento, detalhe, é inverno.

À tarde fomos fazer um boat safari no rio Sararé em Pixaim ao chegar duas onças pintadas haviam sido avistadas, fomos rápido para o local e estas estavam atras de uma moita tentando acasalar, ah estes paparazzis, só sei que deitei na proa do barco, tive que colocar a câmera no manual para conseguir pegar o foco por entre as folhas, foi difícil, mas deu certo e fotografei a face delas. O passeio continuou depois consegui lindas fotos de paisagens e pássaros, na volta ainda vimos um jacaré fêmea cruzando a transpantaneira com seus filhotinhos, nosso motorista parou o carro para ajudar os pequenos a cruzar a via e evitar que eles fossem mortos atropelados.

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Logo pela manhã após o café, aliás sempre leve a câmera no café da manhã, são tantos pássaros e que você não vai querer perder uma ótima foto deles, fui fazer o meu primeiro passeio a cavalo (primeiro mesmo, nunca havia andado de cavalo), fui com um lindo cavalo super dócil com o nome de Sabiá, o passeio foi por uma linda paisagem cheia de Ipês floridos e no final consegui avistar um Tatu-peba que ao percerber nossa presença logo correu para a toca. Eu sempre fazia carinho no Sábia para agradecer pelo passeio e ele todo feliz ficava balançando a cabeça, foi ótimo acho que nós dois aproveitamos bem nosso passeio. À tarde fomos até uma torre de observação, esta com 25 metros para assistir ao pôr do sol observando varias aves, macacos e muitos pássaros além da paisagem deslumbrante tocada pelos últimos raios de sol.

Após o Jantar, fomos a outra incursão noturna, já havia feito outras, mas fotografar é sempre complexo, pois como a objetiva deve ficar aberta por um tempo maior e qualquer movimento torna a foto borrada. Não se deve utilizar flash, perca a foto, mas cause o mínimo estresse nos animais. Para fotos, foi um desastre, mas consegui avistar corujas, jacarés e capivaras entre outros animais.

Meus dias no Araras Lodge estavam acabando, pela manhã fomos fazer mais uma trilha, Juan como sempre, bem disposto e alegre, explicava sobre todas as espécies e encontramos bandos de Bugios, macacos prego, muitas aves e como sempre lindas paisagens, pegamos um pouco de chuva que sempre dificulta o trabalho para fotos, mas nada que estragasse o passeio. Ao final subimos em uma outra torre e foi possível ter uma ótima vista de um ninho de Tuiuiu com 3 filhotes. À tarde eu deveria ir para outro Lodge, mas Juan e todo pessoal do Araras que sempre foram muito atenciosos e prestativos me deram a oportunidade de fazer mais um passeio e ir ao outro Lodge onde iria apenas pernoitar após o jantar. Uma dica para quem ficar no Araras, é ficar em frente a fonte sentado esperando os pássaros, tirei lindas fotos de muitas espécies lá.

Juan realmente estava certo, como um bom pantaneiro que conhece muita a região previa que seria excepcional, o que realmente foi. Com a chuva ao fundo, o céu estava carregado em tons chumbo contrastando com os Ipês amarelo e rosa floridos onde despontava um quase perfeito arco-íris tornando aquela cena mágica. Apenas estas belas paisagens já teriam valido a pena, mas a natureza sempre nos presenteia com boas surpresas, talvez pela chuva que refrescou um pouco aquele tempo tão abafado, os animais começarem a aparecer em nossa frente, bem o show iria começar, muitas aves, Cachorro-do-mato, Capivaras, Cervo-do-pantanal, Tatu-peba, Jararaca, Ema, Quati e uma linda Jaguatirica além de muitos pássaros, acho que não esqueci de nenhum animal, além de um belo por do sol. Agradeço imensamente pela oportunidade que o Araras e o Juan me deram, eles são os melhores. Juan me disse que ficaria triste porque adorava fazer trilhas e safaris comigo e que eu dava sorte pra ele, modéstia de um guia que vive e ama seu trabalho e faz tudo com muito amor.

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Na manhã seguinte no Rio Claro, Bruno me levou a outro passeio de cavalo, era um cavalo branco muito bonito, perguntei seu nome e Nei me disse que ele não tinha, mas eu poderia dar um a ele (acabei escolhendo Faísca), este cavalo era mais arisco que o Sabiá e eu demorei uns minutos pra me acostumar apesar da minha pouca experiencia. Ele gostava de andar rápido as vezes até trotava, mas consegui me adaptar rápido e logo estava filmando e tirando fotos enquanto passeava pelos belos campos e bosques. Como fiz com Sábia, sempre fazia carinho nele para agradecer pelo passeio. Achei o máximo quando estávamos parados e ele virou a cabeça para me ver e ficou me observando por um tempo. Ele adorava andar e era engraçado quando empurrava o cavalo de Bruno com a cabeça. Foi incrível, obrigado por mais esta oportunidade.

Chegou a hora de iniciar a última parte de minha aventura, após o almoço me juntei aos outros participantes do Cruzeiro e seguimos pela Transpantaneira cruzando com algumas comitivas até chegar em Porto Jofre, lá Fred que seria o nosso guia e toda a tripulação já nos aguardava. Conhecemos o Barco onde seria o nosso lar nos próximos dias e após escolhermos nossos aposentos fomos ao último piso onde nos foi apresentada toda a tripulação, Caio Guto o dono do barco que nos acompanhou por toda a viagem e sempre se desdobrou para que fossemos sempre bem atendidos e o Fabiano, o fotógrafo oficial e nosso paparazzi particular. Foram servidos alguns petiscos, conversamos sobre as nossas expectativas e finalizamos com um lindo por do sol enquanto o Barco zarpava rumo nossa nova aventura. A Noite Fred nos explicou melhor como seria nossa viagem, sobre horários e etc. Ele sempre nos presenteava todos os dias com suas apresentações musicais e algumas palestras com muitas curiosidades sobre os animais da região. Tive muita sorte com as pessoas que me guiaram nesta viagem, como Cleber e Juan, Fred é um excelente guia e pessoa, com muitos talentos e que você percebe que faz as coisas com muito amor e dedicação .

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Era o primeiro dia, saímos logo ao amanhecer as 6 am em um pequeno barco que nos daria agilidade e fomos em busca das surpresas que o rio nos ofereceria, muitos pássaros, lindas paisagens e logo encontramos as meninas do Projeto Jaguar que monitoram estes animais. Pela dificuldade que é de se encontrar alguns animais selvagens, eu nem estava pensando que iria encontrar logo mais uma onça, mas pouco tempo depois lá estava ela, imponente, linda, majestosa andando pela margem do rio, um terreno difícil que ela se locomovia com total destreza atravessando facilmente os obstáculos e nadando com agilidade, a verdadeira rainha do pedaço. Tirei muitas fotos, não tinha ideia elas ficaram pois não dava tempo de conferir e fiquei realmente surpreso com o resultado. No momento a gente só pensa em focar e apertar o botão e torcer que a gente tenha conseguido congelar aquele momento mágico.

Pouco tempo depois, avistamos outra onça, esta estava um pouco mais difícil de visualizar, mas consegui boas fotos também, seguimos navegando e avistamos muitos outros pássaros também, bem como pegadas frescas de outras onças. Foram 6 horas de buscas, o sol não dava trégua com seus 37c graus, mas a aventura era emocionante. Ao final da tarde fizemos outra incursão e avistamos muitos outros pássaros, num total de 65 espécies se não me engano.

Realmente achei muito legal a iniciativa do Fred em criar um grupo no Whatsapp para troca de imagens, ele disponibilizava as fotos que tirava. Muitas vezes as pessoas não tem o equipamento certo e não conseguem registros, mais um ponto pra ele. Outra ideia muito legal do Guto foi ter chamado o Fabiano para fazer um registro de toda viagem, mais um ponto pra eles.

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No dia seguinte zarpamos para o Parque Estadual do Encontro das Águas, enquanto nosso barco seguia o caminho, saímos de lancha para explorar novas áreas com muitas belezas, aves diversas e navegando pelos rios Piquiri, Três Irmãos e pelo próprio São Lorenço (Cuiabá). À tarde seguimos pelo rio Negrinho que estava muito baixo e não conseguimos entrar e pelo rio Negrão. A paisagem é muito bela como as aves também. Tentamos seguir o rastro de uma onça, mas sem sucesso, ela já havia desaparecido. O forte calor que chegando sempre perto dos 40c graus tornava tudo mais difícil. Com muito calor os animais tendem a se proteger e ficar mais parados o que dificulta a sua observação. A tarde chegamos onde o rio São Lourenço (Cuiabá) de águas claras encontra o rio Paraguai de águas escuras e forma um lindo mosaico de cores.

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No outro dia saímos logo cedo para mais algumas explorações seguindo pelo rio São Lourenço (Cuiabá), como sempre foram muitas aves avistadas, sempre com a surpresa de novas espécies, agora nós estávamos no Parque Nacional do Pantanal. Capivaras sempre nos agraciavam com sua presença bem como os jacarés principalmente em rios menores onde eles têm mais facilidade de encontrar alimento. Mas ainda faltava alguns animais em minha lista, quem sabe com sorte eles aparecem. À tarde mais um por do sol espetacular deixando as águas e o céu em tons avermelhados e muitos, mais muitos mosquitos, isto faz parte do pacote, sem mosquitos, sem alimento e sem animais então agradeça a eles, não muito tá.

A entrada no parque na Serra do Amolar eu considero um ponto alto da viagem, sempre quando entro em um lugar icônico como este considero um marco, como foi entrar em Etosha, Serengueti, Masai Mara, Amazonas, Murchinson, Yosemite e etc. É a realização de mais um sonho, como uma marca simbólica que eu estive lá. Visitamos a sede do Parque onde fomos recebidos pela simpática funcionária, agora abro um parêntese, é realmente um absurdo um parque imenso com apenas 2 funcionários e recebendo apenas 300 visitantes no ano anterior, realmente estes são os verdadeiros heróis que cuidam de nossas riquezas naturais, senti vontade de ficar agradecendo por tudo que fazem o tempo todo, mas me contive. Muitas aves identificadas como sempre e depois seguimos para visitar o seu Vicente, um senhor descendente de índios com mais de 80 anos que vive sozinho com seus gatos. Acho que nos que vivemos com todas as facilidades da vida moderna morreríamos rapidinho lá no lugar dele.

10, 11 ...

No outro dia pela manhã fomos visitar uma comunidade local, a escola cheia de crianças, as vezes envergonhadas, outras curiosas por aquelas pessoas de longe que a visitavam, lembrei das escolas que visitei na África. Lá eles fazem artesanato com fibra de aguapé, mas não tenho como mentir que a grande atração foi uma pequena capivara órfã que foi adotada, ela tinha 3 meses e quando chegamos veio correndo querendo brincar como um cachorrinho. Muito fofinho, você ia acaricia-lo e ele virava de barriga pra cima. Não se deve ter animais silvestres como pets, mas este caso é diferente, eles moram dentro do parque, é um outro contexto, bem diferente do que ocorre com o tráfico de animais silvestres.

Continuamos navegando nos dias seguintes, fazendo incursões com a lancha por canais, braços de rios e seguindo rumo a Reserva Ecológica Taiamã, neste dia avistamos grupos de macacos Bugios, Ariranha (este era um animal que queria fotografar, havia avistado no Cristalino e no inicio da viagem de barco, mas ainda sem boas fotos), cervos, jacarés e capivaras além de diversas espécies de aves. A onça, bem ela não queria mais se mostrar, mas não posso reclamar, avistei e fotografei 4 nesta viagem, foi mais fácil que os leopardos pelo menos. O dia finalizou com um brinde em meio ao por do sol para comemorar a excelente viagem e o tempo que passamos juntos.

No último dia, saímos logo cedo para nossa ultima exploração encontramos ninhais com centenas de aves e depois voltamos ao barco era hora de arrumar as malas e voltar para casa cheio de histórias, fotos, novas amizades e lindas recordações.

Este ano, Denise, faz dez anos da minha primeira viagem com vocês que foi uma viagem pra Galápagos, depois vieram muitas outras por lugares selvagens, icônicos, praias paradisíacas, culturas muito diferentes, muitos amigos e histórias e sonhos que vocês tornaram realidade. Quero agradecer cada pessoa que tornou isto possível, a sua equipe e a todos que me receberam, zelaram e me guiaram por todos estes caminhos durante todos estes anos. Agradecimentos especiais a todos que me receberam, me serviram e me guiaram nesta viagem. O meu muito obrigado a todos.

 

E que venham mais 10 anos de viagens pela frente......

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